Amando cada dia mais o meu gurizinho! Ser mãe é tudo de bom!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Afinal, quem é a mãe?

Faz tempo que eu venho pensando sobre a relação que nós, mães brasileiras, temos com o pediatra dos nossos filhos. Para muitas de nós, o pediatra é quase da família, existe uma relação de quase amizade, e tal. Entretanto, na minha visão, essa relação deveria ser estritamente profissional, porque o que eu vejo me incomoda; vejo que as mães perderam a autonomia na criação dos filhos, que tudo "tem que perguntar pro pediatra antes." Sem falar no lado do próprio médico, que hoje em dia não deve descansar nunca, pois a criança tem uma febrezinha e a mãe já liga pro celular do coitado.

Quando o Erich nasceu eu já conhecia o posicionamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre amamentação (recomendada exclusivamente até os 6 meses e continuada além dos 2 anos). E sempre tive certeza de que era isso que eu queria pro meu bebê; ganhei várias mamadeiras e chupetas, mas não usei. E pensava que o profissional pediatra era quem iria me apoiar nessa decisão, muito mais do que as pessoas mais experientes do meu círculo familiar e social. Mas não foi bem assim.

Não foi uma nem duas vezes que saí de um consultório indignada. Porque ao que parece os pediatras andam muito desatualizados quanto à amamentação, e não só isso. Eles extrapolam o campo profissional e querem saber como e onde seu filho dorme, se pega no sono sozinho, se dorme mamando, se vai pra cama dos pais e se a resposta for sim... eles falam absurdos pra gente. Juro. Fazem terrorismo, 'proibem' determinadas atitudes, falam que a criança vai ser dependente pra sempre, que vai ficar desnutrida mamando no peito(!!!!), que quem tem que desmamar é a mãe...

O fato é que eles, médicos, não deveriam interferir nesses assuntos. Eles são médicos. Eles entendem de saúde/doenças. Nem são nutricionistas pra ficar ditando regras do que a criança deve ou não comer. E acho irresponsável da parte deles 'obrigar' um desmame para o qual a criança não está preparada. Porque quando chega a hora, toda criança desmama, ou não? Eu não conheço nenhum adulto que mame no peito, ou que durma com os pais, ou que use fraldas por preguiça.

Sim, os pediatras estão extrapolando a barreira do profissional e palpitando na vida pessoal das famílias. Mas, analisando com calma, dá pra perceber que a culpa é NOSSA! Sim, a culpa é das mães, porque mesmo inconscientemente, a gente abre caminho pra todos esses palpites. Por exemplo, quando pergunta pro pediatra se 'já pode' dar isso ou aquilo pro bebê comer. Se 'já pode' dar janta. Etc. SABEMOS que o leite materno é suficiente até os 6 meses. Então a partir daí vamos introduzindo os alimentos, gradativamente. É a criança que vai mostrar se já pode comer isso ou aquilo. Claro, quando se tem dúvida mesmo, o melhor é perguntar. Mas eu conheço mães que não dão uma colherada de suco sem perguntar pro médico se pode. Autonomia pra que?

Quando percebi que o pediatra não seria tão aliado quanto eu tinha pensado, passei a tratar somente assuntos de saúde no consultório. Claro que eles sempre perguntam até quando o Erich mamou, e eu respondo que ainda mama. Se o assunto se prolonga, eu tento defender meu ponto de vista com calma. Ou desconverso. Ele não tem nada com isso, a mãe sou eu.

Um dia enquanto eu amamentava o Erich na recepção da escolinha (ele tinha 2 anos e 3 meses na época) uma outra mãe me olhou espantada e perguntou O QUE O PEDIATRA ACHAVA DO ERICH AINDA MAMAR. Eu respondi que o filho era meu e que eu sabia o que era melhor. E que a amamentação além dos 2 anos era recomendada pela OMS. A mulher me respondeu que fazia parte um grupo de gestantes e QUE NUNCA OUVIU FALAR DISSO. Eu pensei mas não disse: "que merda de grupo é esse, poha?" Mas infelizmente a realidade é essa. Muitas mães estão desinformadas e se contentam em reproduzir velhos preconceitos acerca da amamentação. E com todo apoio do seu pediatra.

Não estou dizendo que não existem profissionais engajados, atualizados, que apoiem ou pelo menos RESPEITEM as decisões das mães. Sei que eles existem, mas, infelizmente, não tive o privilégio de conhecer nenhum. Eu acho que o médico não precisa mesmo concordar com a mãe em tudo,afinal é um ser humano e tem sua bagagem cultural, pessoal, etc, mas no mínimo, tem obrigação de respeitar o direito da mãe criar o filho como bem entender. E não ficar semeando a culpa numa mãe que amamenta o filho de 2, 3 anos, dizendo que a criança não vai crescer (eu ouvi isso de uma médica muito respeitada).

2 comentários:

Vinter Zamprogno disse...

Concordo, pediatra pra mim quando nao sabe, tem mais é que ficar na dele, não é nutricionista, não é psicologo!
O meu recomenda amamentar até 2 anos ou mais, graças! E diz que pediatras que recomendam desmame sao frustrados na vida, que ele tem que dizer o que a ciencia e a OMS diz e nao o que ele acha que deve ser feito!

TatiBast disse...

Que sorte a tua ter um médico que te apóia! Não tive essa sorte, aqui em pelotas tá feio! só médico intrometido e 'desmamador'!