Amando cada dia mais o meu gurizinho! Ser mãe é tudo de bom!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

E nasci como ativista

Desde que tomei conhecimento do filme O Renascimento do Parto, despertou em mim uma vontade imensa de assistir ao longa-metragem e de refletir sobre o tema. Nunca escondi meu desejo de um parto humanizado, e minha frustração por ter acabado alcançando justamente o contrário: um parto cheio de intervenções desnecessárias que culminou numa cesárea. 

Acho que nunca aceitei a forma como tudo terminou pra nós- lógico que meu filho nasceu com saúde e isso é o mais importante- mas sei que ambos merecíamos um parto com muito mais respeito. Mais tranquilo, com menos intervenções, menos nervosismo, mais contato pele a pele, que não deixasse cicatrizes (no corpo e na alma). Hoje encaro uma cicatriz que eu nunca desejei, mas tão banal para muitas mulheres, e a pergunta que me atormenta é: POR QUE
Por que é tão natural que a maioria dos bebês venham ao mundo de forma abrupta (pra não dizer brutal), sem que se respeite o seu tempo, sua natureza?

Com essa questão em mente, uma amiga que também é mãe (Tainã Soares, oi!) e eu nos unimos para tentar fazer com que o Renascimento do Parto fosse exibido nos cinemas daqui de Pelotas. Criamos uma página no facebook e passamos a divulgar naquele espaço informações sobre o filme, sobre parto humanizado e violência obstétrica e o movimento começou a crescer. Surgiram mães inclusive de cidades vizinhas apoiando a causa, e em poucas semanas fomos procuradas pelo jornal local. Tivemos a oportunidade de conversar com o Diário Popular sobre a nossa campanha, sobre a importância de trazer o filme até nossa cidade... a jornalista que fez a matéria realizou um trabalho muito bom, pesquisando os números dos partos normais e de cesáreas realizados em Pelotas nos últimos anos, revelando dados alarmantes: os nascimentos através de cirurgia ultrapassam muito os vaginais. Confira a reportagem aqui.

Participamos de duas entrevistas na Radiocom, e foram super produtivas, tivemos espaço/liberdade pra tratar do tema, falamos de nossas experiências pessoais, das nossas pesquisas, das vantagens do parto natural, dos mitos ao redor do mesmo que ajudam a sustentar a "indústria" da cesárea... Foi demais!

Até o momento, não tivemos a confirmação de que o filme chegará a Pelotas. Entrei em contato com o cinema local e me disseram que já existia um projeto de trazer o filme, mas que ainda dependia de alguns fatores. Estamos no aguardo e temos um público bastante interessado. E o nosso movimento, que começou com a intenção de trazer o filme até nossa cidade, hoje toma proporções bem maiores. É a respeito do filme, sim, e é a respeito de nascer, de vir ao mundo com respeito, de respeitar o corpo da mulher, de priorizar o bem estar no recém-nascido e sua mãe. É um movimento pelo parto humanizado. E está crescendo!

Enfim, de uma hora para outra (ou não, pois venho me construindo como ativista desde que me tornei mãe), virei ativista pela causa do parto humanizado. Não havia nada parecido na nossa cidade. A maioria dos bebês que nascem aqui vêm ao mundo por cirurgia, muitas vezes eletiva. O mais próximo de um parto natural acontece pelo SUS, com direito a todo pacote de intervenções que conhecemos. Sabemos que demos início a um movimento sem precedentes por aqui, e nos alegra muito ver que existe aceitação (e muita resistência, claro!), que várias outras mães/mulheres e pais, por que não?, nos apoiam, querem participar, ajudar como puderem.

E seguimos na luta!


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Diário do desfralde

Verão passado tentei desfraldar o Erich em dois ou três momentos diferentes - falhei em todos. Porque não estava na hora, simples assim.

Demorei pra entender que o desfralde é um processo longo, e totalmente PESSOAL, da criança. Nada que eu tenha que ensinar. Tem que partir DELE. Só depois de ler Laura Gutman em A maternidade e o encontro com a própria sombra foi que compreendi de fato que não havia necessidade alguma de apressar o processo. Que, quando chegasse a hora certa, não haveria tanta dificuldade, o desfralde aconteceria de forma natural.

Sendo assim, desencanei. Enfrentei muitos olhares de reprovação vindo de várias direções, por ter um filho com 3 anos que usa fraldas. Custo a entender por que as pessoas se preocupam tanto com questões que não lhe dizem respeito, querem saber quando a criança vai desmamar, quando vai andar, quando vai deixar as fraldas. Nunca aceitei e não aceito esse tipo de intromissão; só quem sabe do que é melhor pro meu filho somos eu, ele e o pai dele.

E assim, chegamos nos 3 anos e 5 meses, de fralda. Mas comecei a perceber que meu filho está maduro e pronto pra galgar mais esse degrau; finalmente mostrou interesse pela cadeirinha/privadinha que compramos ano passado. E já está usando-a!

Cedeira-privada: abrindo a tampa é penico!
Começo aqui um pequeno diário dessa nova empreitada - o desfralde. Tranquila, com toda calma e paciência que aprendi a ter, e confiante, que, dessa vez, chegou o momento certo!  Vam'bora!!

Dia 1: Tirei a fralda assim que ele acordou, explicando que agora ele é um menino grande e que precisa fazer xixi no vaso. Em seguida convidei-o pra sentar na cadeirinha e ver se não saía xixi. Ele aceitou e fez! Fiquei convidando-o pra repetir o processo a cada 40 minutos, e sempre que tinha vontade de urinar ele aceitava o convite. Ao longo do dia tivemos somente um escape, ao qual ele reagiu com um pouco de vergonha. Não falei nada, apenas troquei a roupa dele e limpei o xixi do chão, mas percebi que ele ficou constrangido com o "acidente". Para dormir, recoloquei a fralda normalmente - creio que para o desfralde noturno ele ainda não está pronto (toma leite à noite e acorda sempre com a fralda cheia).

Dia 2: Domingão, planejamos ficar em casa pra facilitar a adaptação dele à cadeirinha. Contudo, tivemos algumas visitas, o que atrapalhou um pouquinho o processo; o Erich ficava com vergonha de usar a privadinha na frente dos convidados. Apesar disso, mesmo com alguma resistência, consegui fazer com que ele colaborasse e tivemos 2 escapes apenas durante todo o dia; um deles com direito a cocô no chão, mas faz parte!

Dia 3: Ficamos em casa o dia todo e houve 2 escapes. Ele esquece de pedir/ir ao banheiro quando está brincando... mas isso é normal, eu já esperava. Vejo quando ele está "se segurando" e lembro ele, mas às vezes escapa mesmo... afinal ele está aprendendo a controlar, é uma novidade.

Dias 4 e 5: Meu homenzinho foi pra escola sem fraldas! Fiquei apreensiva e até me arrependi na hora, tive medo de que, caso ele não se sentisse à vontade, acabasse retardando o processo... Mas deu certo! Segundo a professora dele, teve apenas 1 escape fez até o número 2 no vaso (comigo ainda não fez...). No segundo dia de aula sem fralda também escapuliu só uma vez!

Ainda é cedo para decretar o desfralde oficialmente, mas tudo indica que estamos no caminho certo! Estou tão orgulhosa do meu homenzinho! E o apoio da escola nesse processo tem sido fundamental. A "tia" diz que também está orgulhosa do "hominho" dela... hehehehe.

orgulho, felicidade... mais uma etapa em curso! cadê o bebê que morava aqui?? ;)

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Enfim, o desmame NATURAL (sim, ele existe!)

****Engraçado que meses atrás publiquei esse post, certa de que havia desmamado a cria. Mas depois de 15 dias ele voltou a pedir - e insistir - e muito- pra mamar e eu cedi. cedi sem culpa porque , se ele queria tanto, precisava, e não faço nada forçado com ele; o respeito ao seu tempo é a minha prioridade.

Então ele mamou por mais uns 3 meses, e finalmente parou. (agora sim!). Readeqüei o texto e estou publicando outra vez.

E a última vez que o Erich mamou foi lá em Santarém (PA).




Já há alguns meses o Erich vinha pulando algumas noites sem pedir "tetê" pra dormir. Mamava dia sim, dia não, às vezes parava uns 2 dias e voltava a pedir. Mamava por vários minutos antes de adormecer. E assim fomos levando sem pressa, naturalmente. A vontade dele sempre prevaleceu.

Até que os dias foram passando e percebi que ele não mamava há dias. Não ofereci, mas caso ele pedisse, eu daria, sem problemas.

Depois de quase uma semana, ele lembrou e pediu pra mamar. Eu disse que tinha acabado, que ele podia dar um beijinho no tetê e dizer tchau. Ele não pareceu muito contente, mas concordou. Sem choro, sem fazer cena. Acredito que estava no tempo dele pro desmame acontecer.

Foi/está sendo tranquilo pra nós dois. Desfrutamos da amamentação por 3 anos e 9 meses -exatos- e tudo aconteceu de maneira natural. Ele foi deixando, esquecendo, descobrindo outras formas de interagir comigo, tudo no ritmo dele e me sinto orgulhosa por isso. Sempre fui de opinião de que nenhuma quebra de vínculo deveria ser forçada, e conseguimos fazer as transições (fim da cama compartilhada, e agora o desmame) de forma natural e na hora certa.

Olhando nossas fotos, percebo que mesmo tendo amamentado por mais de 3 anos e meio, tirei poucas fotos dando de mamar. A última, por exemplo, deve ter sido no verão passado! Se eu soubesse que, domingo passado, teria sido a última vez, teria fotografado... ;)

Enfim, fico contente de ter vencido mais uma etapa com meu pequeno, livre de traumas. Meu garotinho está crescendo e me deixando cheia de orgulho!

Pra quem não acredita em desmame natural, que fique o nosso exemplo! Nada de pintar o seio pra dizer que está machucado (acho HORRIVEL ISSO), nada de desmame abrupto, tudo no seu tempo. Foi-se o "tetê", mas ficou o vínculo que construímos ao longo desses 45 meses de livre demanda. Ficou o carinho, o deitar juntinho pra dormir, o aconchego do abraço. Nada disso tem preço!

Aos 10 meses


Com 2 anos e 4 meses
A última foto: com 3 anos e mamando em pé